"Não preciso de um otário para ser feliz, me dê uma garrafa de vodka e logo estarei no céu."
(Tati Bernardi)
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
"Onde está você agora? E por que está sem mim? Essas eram as principais perguntas acerca desta bendita carta. Espero que esteja bem sem meu amor, e sei que está. Olho ao redor e procuro você, as vezes penso que está lá, você foi e seu perfume ficou. Ô, seu moço, me ensina a te esquecer. Seu cheiro quando vem a tona faz-me lembrar de tudo. E a saudade, ah… a saudade: queima, arde e grita, grita teu nome aos quatro cantos do mundo, ou só na minha mente mesmo, e digo, dói demais pensar em estar sem você. Foste pra onde que fugiu e me deixou? Haja fé, em Deus e na vida, pra continuar sem ti. Mas, querido, quero que saiba que estou te esperando… E espero por toda vida, pela eternidade adentro. Ando chorosa ainda, acho que sofro de distância aguda, e pra isso a solução é você… E se num dia qualquer nossos olhos se cruzarem, pegue minha mão pelo ar, e ela ainda vai ser tua, depois de todo esse tempo, depois do infinito acabar. O Tik tak do relógio parece que acabou, que sem você o mundo parou. Desculpe o romantismo, eu te amo. Tanto, tanto. Não vou ser mais assim, e nem quero. Peço perdão. Faça-me um favor, leia a a carta e jogue ao mar, ele é grande, e as ondas podem nos levar…"
Daquela tua de sempre.
(Vanessa Rosa)
Daquela tua de sempre.
(Vanessa Rosa)
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
"Será que você pensa em mim, assim como eu penso em você? Sabe toda noite antes de eu dormir, eu penso em você, fico imaginando como você está, queria saber quais estão sendo as suas alegrias, e as suas tristezas, os seus problemas, fico imaginando se você lembra de mim ás vezes, se tem saudade, se eu estou fazendo falta, eu ficaria feliz, se pelo menos eu soubesse que eu fui importante pra você, que a nossa história valeu a pena... Será que você fica imaginando como teria sido a nossa vida se tivéssemos lutado em ficar juntos, olha garoto eu me arrependo viu, de ter deixado o tempo passar, e você ter me ido me esquecendo aos pouquinhos e ter encontrado nos braços de outro alguém o que eu deveria ter te dado enquanto estivemos juntos, me arrependo por eu não ter ido atrás de você, por eu ter sido tão fraca, me arrependo de tanta coisa, acho que devíamos ter tentado mais sabe, quantas vezes fosse preciso, afinal era tão bonito o que agente tinha..."
(Vanessa Rosa)
(Vanessa Rosa)
"Foi-se minha outra metade, agora doei-me por inteira, e me perdi também. Deixei meus pedaços caídos em cada esquina esperando você me encontrar. E você se foi. Em que braços agora irei me encontrar? Não sei se vou esperar você voltar. Vá embora, pra nunca mais. Sou o pedaço que nunca te coube, nosso quebra-cabeça se quebrou, não encaixa mais… Foi para sempre e acabou. Foi eterno e não durou."
domingo, 27 de novembro de 2011
"Tomei coragem e resolvi arrumar as coisas, tanto internas quanto externas. Resolvi começar por dentro, ajeitando pensamento por pensamento, limpando tudinho, botando tudo em seu devido lugar. Ia levar tempo, mas eu tenho paciência, aliás, tu sempre disse que esse era um dos meus defeitos. Parei para comer alguma coisa e percebi… Percebi que meu minha vida estava tão bagunçada quanto meu quarto. Tu bagunçou os dois, sabia? Cada canto de mim e dessa casa tem alguma coisa tua. Você foi embora mas fez questão de deixar sua marca… Isso tá me enlouquecendo, amor, tu sabe que odeio bagunça. Não me pede pra te mandar embora, porque sabes que não vou, nunca, tu sabe que não consigo… Sempre fui a mais fraca de nós dois. Quero que fique. Se você se foi, volta. Sabe tanto quanto eu que não funcionamos um sem o outro. Eu sempre disse que não precisava de você, eu sei que disse, mas você também disse tantas coisas sem pensar.
Se você voltar, prometo que faço aquele bolo que você gosta, de chocolate. Deixo tu fazer a bagunça que quiser, eu arrumo tudo depois sem reclamar. Venha amor, vamos bagunçar minha cama, deixa eu bagunçar teu cabelo.
Percebi que esse descanso já estava tomando tempo demais, e olha só! Mesmo sem estar aqui tu bagunçou tudo de novo. Eu prometi que não reclamaria, não prometi? Mas e daí? Você me prometeu que ficaria e cadê você agora além de aqui, dentro de mim?"
(Vanessa Rosa)
Se você voltar, prometo que faço aquele bolo que você gosta, de chocolate. Deixo tu fazer a bagunça que quiser, eu arrumo tudo depois sem reclamar. Venha amor, vamos bagunçar minha cama, deixa eu bagunçar teu cabelo.
Percebi que esse descanso já estava tomando tempo demais, e olha só! Mesmo sem estar aqui tu bagunçou tudo de novo. Eu prometi que não reclamaria, não prometi? Mas e daí? Você me prometeu que ficaria e cadê você agora além de aqui, dentro de mim?"
(Vanessa Rosa)
"O amor não acabou. Eu sei, você sabe, sabemos que não. Porque se eu te amo, isso não pode se dissipar em qualquer parte do tempo, assim, como uma brisa que entra pela janela que foi esquecida aberta e leva toda poeira dos livros abandonados na estante. Mas eu sei, você sabe, sabemos que sim. Algo se perdeu..." (Vanessa Rosa)
"Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa..."
(Martha Medeiros)
(Martha Medeiros)
"E vou ver você indo embora. E vai doer muito. Mas quem disse que eu não posso suportar? Eu vou suportar, vou suportar até não caber mais choro em mim, e um dia eu vou te encontrar e sei que nenhuma terminação do meu corpo vai sentir a sua presença. Pela primeira vez não vou arrumar meu cabelo, nem me olhar no espelho simplesmente porque você está lá. Não vou odiar não ter malhado, ou estar com uma roupa mais ou menos. Vou simplesmente te cumprimentar. Olá homem mais comum do planeta."
(Tati Bernardi)
(Tati Bernardi)
"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais, por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer (…) Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido..."
(Caio Fernando Abreu)
(Caio Fernando Abreu)
"Você é motivo de sorrisos, razão pra eu acordar num dia de chuva e tomar banho e mudar de roupa porque eu sei que você vai passar aqui. Não quero te odiar. Não quero falar mal de você pros outros. Pras minhas amigas. Não quero que você me largue. Não quero te largar. Não quero ter motivos pra ir embora, pra te deixar falando sozinho, pra bater o telefone na sua cara. E eu não tenho medo que isso aconteça (eu nunca tenho), eu fiz isso com todos os outros. É só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente. Dessa vez, com você, eu queria que desse certo. Que eu não te largasse no altar. Que eu não te visse com outra. Que eu não tivesse raiva. Que você gostasse e cuidasse de mim como disse ontem à noite que cuidará. Eu quero que dê certo, não estraga, por favor. Não estraga não estraga não estraga. Posso pôr um post-it na sua carteira? Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem. Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece… Mesmo que você apareça na porta de outras mulheres depois de me deixar. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço."
(Vanessa Rosa)
(Vanessa Rosa)
A dor que dói mais
"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer..."
(Martha Medeiros)
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer..."
(Martha Medeiros)
"De tudo, ficaram três coisas: A certeza de que estamos sempre começando. A certeza de que precisamos continuar. A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar… Portanto devemos fazer da interrupção um caminho novo, da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte… Da procura, um encontro."
(Fernando Sabino)
(Fernando Sabino)
sábado, 26 de novembro de 2011
"(…) Minha vontade é que ele me pergunte se quero um pouco de chá gelado e se eu gostaria de ver um dos seus filmes estirada nas grandes almofadas… Eu mais uma vez me pergunto como é mesmo que se faz a coisa mais profunda do mundo com total superficialidade. Como é que se ama sem amor? Como é que se entrega de dentro de uma prisão? Nunca soube.…Ainda é cedo e eu preciso de amor. Só um pouquinho de amor… Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro… Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser amor…"
(Caio Fernando Abreu)
(Caio Fernando Abreu)
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
"Sabe de uma coisa? Não, você não sabe. Vou te contar. Eu ando tão sensível. Precisando assim de uma palavra suave, de um gesto inesperado e belo. Você consegue me surpreender de um jeito bom? Diz que sim, preciso tanto de você. Que coisa louca essa: a gente precisa de alguém. Mas, sabe, a gente sempre precisa de alguma coisa que nos coloque no eixo. Ando meio fora dos trilhos, se é que você me entende. Andei pensando na vida é, sei que isso dá calafrios..."
(Clarissa Corrêa)
(Clarissa Corrêa)
Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.
Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto."
Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou."
Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei."
Por fim, a última peça caía, deixando-a nua: "Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui."
E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.
(Martha Medeiros)
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.
Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto."
Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou."
Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei."
Por fim, a última peça caía, deixando-a nua: "Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui."
E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.
(Martha Medeiros)
"Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro que escreve, e aquele outro que faz filme, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado."
(Tati Bernardi)
(Tati Bernardi)
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
"Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Decidimos que era melhor assim, certo? Eu não tava bem com ele e nem ele comigo, certo? Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega. Adulta, adulta. Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema? Ok, eu posso morrer. Eu definitivamente posso morrer."
(Tati Bernardi)
(Tati Bernardi)
Pra onde foi o amor?
Pra onde vai o amor? Porque quando deitamos no chão da sua sala, você me perguntou "quanto tempo você demora pra dizer que ama alguém?". Porque quando você me mandou aquela mensagem falando que dormiu bem quando me conheceu. Porque você me abraçava daquele jeito, e passava as mãos nos meus cabelos...
Porque eu tinha uma escova de dentes aí e você tinha uma escova de dentes aqui. Pra onde vai o amor? O que você fez com o seu? Deu descarga? O que eu faço com o meu? Dai eu te ligo 2 horas da manhã. Chorando horrores. E te peço desculpas. "Eu sei que já faz 2 anos que terminamos, mas o que você fez com o nosso amor?".
Por que você ficou frio e sumiu e esqueceu e secou e matou e deletou e resolveu e foi? E você diz que está vivendo a sua vida, está feliz com outra e eu me sinto idiota. Me sinto esfolada viva pelo mundo. Me sinto enganada por anjos. Me sinto inteira uma enganação. Respiro mentiras. Visto desculpas. Ajo disfarces. Porque a gente se amava sim, mas você correu pra levantar antes a bandeira do "se fudeu trouxa, o amor não existe". Justo você que eu escolhi pra fugir comigo das feiúras do mundo....
Porque você me emprestava a mão dormindo e pedia colo vendo tv e arrumava o seu quarto de qualquer jeito quando eu ia pra sua casa, e escondia as meias suadas quando eu chegava antes do que você esperava. E você me perguntava o tempo todo se eu percebia como era legal a gente. E então, só pra fazer parte da merda universal de toda a bosta da vida, você se bandeou pro lado do impossível e se foi e me deixou como louca, bem aqui na porta do meu prédio, chorando, e te perguntando pra onde foi o amor. E você riu e disse "mas eu só estou fazendo minhas coisas e vivendo a minha vida, e seguindo em frente e você tem que fazer isso você também, vai ser feliz e cuidar de você". E eu me senti idiota e louca e chata e isso foi muito cruel ainda que seja tão normal. Normal não me serve não encaixa não acalma.
E o amor, o que você fez com ele? Enfiou no cu? Colocou na máquina de picar papel? Reaproveitou a folha pra escrever atrás? Reciclou? Remarcou pra daqui dois anos? Cancelou? Reagendou o amor? Demitiu o amor? É o amor que vai fazer você ser isso tudo e não isso tudo que você usa pra dar essas desculpas pro amor. Porque quando eu sentei no cantinho da cama e me falou que eu era a mulher da sua vida e que nunca iria me esquecer jamais, e que um dia iríamos nos reencontrar pra ficarmos juntos, e ai? O tempo passou e cadê você? Cadê o nosso amor? Porque quando você ficou nervoso porque queria me dizer que naquele minuto não estava me amando porque você acha que amor é isso além do que você pode. Amor é só o que você já estava podendo. O que você fez com esse pouco que virou nada? Com o muito que poderia virar? Eu aleijada, engessada, roxa, estropiada, quebrada, estou na porta, esperando você, por favor, me ensina, o que fazer, vou fazer o mesmo com o meu...
Vou mandar junto com o seu. Nosso amor pro inferno, longe, explodido, nada. E a gente almoçando em paz falando sobre o tempo e as pessoas escrotas e o filme da semana. Bela merda isso tudo, bela merda você, bela merda eu, bela merda todos os sobreviventes que riem e fazem suas coisas e almoçam e falam de filmes. E por dentro o buraco gigante preenchido por antidepressivos, ansiolíticos, calmantes, cervejas, maconhas, viagens e mais pessoas futéis. Pra onde foi o amor? De pé seguimos pra nunca saber, pra nunca responder, pra nunca entender.
(Vanessa Rosa)
Porque eu tinha uma escova de dentes aí e você tinha uma escova de dentes aqui. Pra onde vai o amor? O que você fez com o seu? Deu descarga? O que eu faço com o meu? Dai eu te ligo 2 horas da manhã. Chorando horrores. E te peço desculpas. "Eu sei que já faz 2 anos que terminamos, mas o que você fez com o nosso amor?".
Por que você ficou frio e sumiu e esqueceu e secou e matou e deletou e resolveu e foi? E você diz que está vivendo a sua vida, está feliz com outra e eu me sinto idiota. Me sinto esfolada viva pelo mundo. Me sinto enganada por anjos. Me sinto inteira uma enganação. Respiro mentiras. Visto desculpas. Ajo disfarces. Porque a gente se amava sim, mas você correu pra levantar antes a bandeira do "se fudeu trouxa, o amor não existe". Justo você que eu escolhi pra fugir comigo das feiúras do mundo....
Porque você me emprestava a mão dormindo e pedia colo vendo tv e arrumava o seu quarto de qualquer jeito quando eu ia pra sua casa, e escondia as meias suadas quando eu chegava antes do que você esperava. E você me perguntava o tempo todo se eu percebia como era legal a gente. E então, só pra fazer parte da merda universal de toda a bosta da vida, você se bandeou pro lado do impossível e se foi e me deixou como louca, bem aqui na porta do meu prédio, chorando, e te perguntando pra onde foi o amor. E você riu e disse "mas eu só estou fazendo minhas coisas e vivendo a minha vida, e seguindo em frente e você tem que fazer isso você também, vai ser feliz e cuidar de você". E eu me senti idiota e louca e chata e isso foi muito cruel ainda que seja tão normal. Normal não me serve não encaixa não acalma.
E o amor, o que você fez com ele? Enfiou no cu? Colocou na máquina de picar papel? Reaproveitou a folha pra escrever atrás? Reciclou? Remarcou pra daqui dois anos? Cancelou? Reagendou o amor? Demitiu o amor? É o amor que vai fazer você ser isso tudo e não isso tudo que você usa pra dar essas desculpas pro amor. Porque quando eu sentei no cantinho da cama e me falou que eu era a mulher da sua vida e que nunca iria me esquecer jamais, e que um dia iríamos nos reencontrar pra ficarmos juntos, e ai? O tempo passou e cadê você? Cadê o nosso amor? Porque quando você ficou nervoso porque queria me dizer que naquele minuto não estava me amando porque você acha que amor é isso além do que você pode. Amor é só o que você já estava podendo. O que você fez com esse pouco que virou nada? Com o muito que poderia virar? Eu aleijada, engessada, roxa, estropiada, quebrada, estou na porta, esperando você, por favor, me ensina, o que fazer, vou fazer o mesmo com o meu...
Vou mandar junto com o seu. Nosso amor pro inferno, longe, explodido, nada. E a gente almoçando em paz falando sobre o tempo e as pessoas escrotas e o filme da semana. Bela merda isso tudo, bela merda você, bela merda eu, bela merda todos os sobreviventes que riem e fazem suas coisas e almoçam e falam de filmes. E por dentro o buraco gigante preenchido por antidepressivos, ansiolíticos, calmantes, cervejas, maconhas, viagens e mais pessoas futéis. Pra onde foi o amor? De pé seguimos pra nunca saber, pra nunca responder, pra nunca entender.
(Vanessa Rosa)
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
"... porque o que quase foi não pode atrapalhar o que ainda pode ser.
(...) E de escolhas e de perdas é feita a nossa história. Não há nada que se possa fazer a não ser carregar por um tempo um peso sufocante de impotência: eu escolhi que aquele fosse o último abraço.
Agora é outra que se perde em ombros tão largos, tomara que ela não se perca tanto ao ponto de um dia não enxergar o quanto aquele abraço é o lado bom da vida.
(...) Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo.
(...) Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus "cult" onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente."
(Tati Bernardi)
(...) E de escolhas e de perdas é feita a nossa história. Não há nada que se possa fazer a não ser carregar por um tempo um peso sufocante de impotência: eu escolhi que aquele fosse o último abraço.
Agora é outra que se perde em ombros tão largos, tomara que ela não se perca tanto ao ponto de um dia não enxergar o quanto aquele abraço é o lado bom da vida.
(...) Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo.
(...) Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus "cult" onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente."
(Tati Bernardi)
"Essa vida viu, Zé. Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa!"
(Tati Bernardi)
(Tati Bernardi)
"Já tive aos montes pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema, o banco ao lado do carro e o travesseiro extra da cama. E nem por um minuto senti meu peito aquecido. A gente até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo."
(Tati Bernardi)
(Tati Bernardi)
"Chore tudo que você tiver que chorar. Lembre de tudo que você tiver que lembrar. Tire um dia só para falar dele. Embriague-se dele. Tenha uma overdose dele. Repita o nome dele dentro da sua cabeça mil e uma vezes. Pense nele antes de dormir, e refaça os seus diálogos. E então, no dia seguinte, acorde para uma vida nova. Deixe ele, e tudo do dia passado, ali, no passado."
(Tati Bernardi)
(Tati Bernardi)
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
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