domingo, 15 de maio de 2011

E somente por um dia, eu queria desaparecer! De tudo, de todos, daqui de casa, daqui dessa cidade, ficar só comigo mesma, andando sem rumo, viver um pouco a solidão, será que as pessoas iam sentir a minha falta? será que elas iam querer vir atrás de mim, vão ficar preocupadas com o meu sumiço? sinceramente, eu acho que não. Não notariam, a minha ausência, ou talvez elas achariam melhor se eu sumisse! E se eu morresse? Mais só por um dia, se espalhasse essa noticia, será que alguém choraria a minha morte? será que iriam lamentar, iriam sofrer? Algumas pessoas sim, mais outras eu também acho que não dariam a mínima! Algumas pessoas iam ficar triste só por um tempo, mais depois iria passar, sempre passa.
Qualquer dia desses, eu vou sumir, sumir mesmo, vou desligar o meu celular, e fugir de todo o mundo, ninguém conseguirá me achar. Eu ando com uma enorme vontade de fazer isso, eu já ando de saco cheio de tudo, de todos, daqui de casa, dos que me chamam de amiga, de amor, de tudo, da faculdade, das pessoas de lá. Pelo menos por um dia eu queria desaparecer, ai não vou ter ninguém pra pegar no meu pé, pra me dizer o que fazer, não vai ter ninguém pra me cobrar nada, eu vou ser livre.
Eu ando procurando e querendo coisas novas, novas pessoas, novos sorrisos, novos amigos, novos amores, cansei desse marasmo, dessa monotonia, que o mundo faz com que agente entre nela, eu não quero ser igual os outros, eu quero ser diferente, eu tenho sonhos diferentes, tenho desejos diferentes, odeio aquelas pessoas certinhas demais, aquelas que não fazem loucuras, isso é broxante, qual o sentido da vida de uma pessoa dessas? nenhum, não tem nenhum sentido!
Não sou perfeita não. Falo alto, dou gargalhadas, às vezes sento de pernas abertas. Meu tênis está sujo, e eu tenho preguiça de lavá-lo, assim como não tenho paciência para arrumar as minhas meias. Durmo de qualquer jeito. Choro, faço escândalo, brigo e falo palavrões. Fico angustiada, e quando estou assim, ninguém me suporta. Sou um tanto exigente, reclamo demais da vida e ainda sou do contra. Não me arrependo. Posso ser bastante grudenta ou muito fria mas só quando eu quiser. Sou assim mesmo, da cabeça aos pés. Um produto com defeito, que adora comer o resto do chocolate que ficou na panela e acha que comer melancia com as mãos é melhor. Ciumenta, exagerada, dramática. Não sou perfeita, não. Nem pretendo.
enfim, qualquer dia eu surto, e desapareço de vez, talvez eu mude de cidade, de estado, ou se deus quiser até de País. Não ficarei feliz de morrer aqui e não conhecer um lugar que tenha neve, e o melhor chocolate quente do mundo.

(texto de Vanessa Rosa)

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